sexta-feira, 21 de setembro de 2007

2.0 para fazer a festa!!!



Menos de uma década após o estouro da "bolha da Internet", a grande rede mundial mais uma vez lidera uma transformação na vida das pessoas e promete mudar a relação entre as empresas e a Tecnologia da Informação. No centro desse movimento "revolucionário" — ou de evolução, como alguns preferem definir — está a colaboração e o uso da chamada inteligência coletiva. O conceito da vez atende pelo nome de web 2.0.

Inicialmente envolto em polêmicas, nas quais foi acusado de se tratar apenas de um "golpe publicitário" para levantar as empresas ponto com após o estouro da bolha, o termo, criado pelo pioneiro da Internet e CEO da O'Reilly Media, Tim O'Reilly, hoje está presente nos portfólios dos maiores players do mercado de TI e na cabeça da grande maioria dos CIOs e CEOs. O fato é que não dá mais para ignorar os benefícios que a colaboração entre funcionários, ou entre a empresa e os clientes, traz para o mundo dos negócios. E isso está gerando um grande desafio para as companhias: como tirar o máximo proveito da web 2.0 sem expor a corporação a riscos desnecessários, que podem afetar sua imagem perante os consumidores?

Baseadas em padrões abertos e tendo como principal plataforma a Internet, as ferramentas que se encaixam no conceito representam um risco à segurança das empresas, tanto em relação à proliferação de vírus e outras ameaças do tipo, quanto ao vazamento de informações. Na outra ponta, se uma companhia decide entrar na web 2.0 para se aproximar de seus clientes, deve considerar que a receptividade pode não ser tão boa quanto a esperada. Existem várias formas de utilizar o conceito para se relacionar com o público consumidor, a questão é descobrir qual delas vai ser mais eficiente e trazer reais melhorias nos processos de vendas ou nos produtos em si.

Em um primeiro momento, a tendência é que o departamento de TI vete o uso desse tipo de aplicativo. Porém, as experiências dos usuários com os blogs, sites de comunidades ou mesmo com aplicativos on-line, que favorecem a colaboração, disponíveis no mercado consumidor, é excelente. Isso acaba gerando uma grande pressão, por parte dos funcionários, para que sejam adotadas ferramentas de web 2.0 nas corporações.

A nova onda da web

Mas de onde veio o conceito? O termo foi publicado pela primeira vez em outubro de 2004. Na época, O'Reilly, no artigo "What is Web 2.0", afirmou que a idéia central da web 2.0 "é a mudança para uma Internet como plataforma e o entendimento das regras para obter sucesso nessa nova solução". A regra mais importante é desenvolver aplicativos que aproveitem os efeitos da rede para se tornarem melhores quanto mais são usados pelas pessoas, aproveitando a inteligência coletiva.

Não demoraram a surgir contestações às afirmações de O'Reilly. Tim Berners Lee, diretor do World Wide Web Consortion, entidade que supervisiona o desenvolvimento da Internet, levantou dúvidas quanto à web 2.0 ser realmente uma novidade. Para Lee, o conceito se tratava apenas de um "jargão que ninguém entende", sendo que a versão 1.0 já previa uma conexão de pessoas e criava espaços interativos. Além disso, na opinião do diretor, as soluções e os padrões utilizados pela web 2.0 teriam sido produzidos para a web 1.0.

O'Reilly, pouco mais de um ano após lançar o conceito, publicou sua tréplica e determinou que a web 2.0 "é uma revolução de negócios na indústria de computação provocada pela tendência de se usar a Internet como plataforma”. O que ele queria mostrar era que a mudança no comportamento dos usuários seria o motor da transformação e não a tecnologia em si. A principal regra: produzir aplicações que se encaixem no conceito de rede se torna melhor quanto mais é usada pelo maior número de pessoas.

Polêmicas à parte, o sucesso de empresas como Google, de sites como YouTube, My Space e Orkut e da enciclopédia on-line Wikipedia mostram que o conceito veio para ficar. E o mundo corporativo não pode ignorar essa evolução. A web 2.0 está proporcionando uma nova experiência para os usuários da Internet, seja ele avançado ou não. As interfaces estão mais amigáveis e as possibilidades de uso das ferramentas aumentam a cada dia.