Jovem de 23 anos foi preso em sua residência em bairro nobre de Barueri.
Com golpe pela internet, desviou mais de R$ 40 mil para pagar contas de veículos.
Um hacker de apenas 23 anos e que se declarou uma espécie de consultor da Polícia Federal foi preso na tarde desta terça-feira (17) em sua residência, em Alphaville, em Barueri, na Grande São Paulo, por investigadores da delegacia de crimes por meios eletrônicos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) sob a acusação de formação de quadrilha e por aplicar golpes através da internet.
Segundo o delegado José Mariano de Araújo Filho, que comandou as investigações, o golpe aplicado pelo jovem consistia em enviar e-mails com spams (mensagens eletrônicas com vírus) que, quando instalados no computador, roubavam as senhas bancárias da vítima. De posse delas, o hacker pagava débitos, como IPVA e multas, e faturas referentes a veículos.
“Foram desviados mais de R$ 40 mil de contas para beneficiar cerca de 30 veículos. Felizmente, o banco percebeu o golpe e agiu rápido, facilitando o trabalho da polícia”, destacou o delegado.
Ao prestar depoimento, o jovem afirmou que costuma servir de consultor a agentes da Polícia Federal em casos semelhantes de investigações de crimes pela internet. “Ele falou que era analista forense da PF. Pelo que ele contou, ele deve ter colaborado mesmo com a Polícia Federal, mas não dou crédito a isso”, disse Mariano.
O G1 entrou em contato com o setor de comunicação social da Polícia Federal de São Paulo nesta quarta-feira (18) e foi informado que o órgão não tinha informações sobre o hacker preso e que, por isso, não iria se manifestar sobre o assunto.
O jovem já havia sido preso em novembro de 2007, em uma operação conjunta do Deic com o Ministério Público do Rio Grande do Sul. Na época, ele teria lesado mais de mil pessoas em um montante de mais de R$ 10 milhões. Além dele, outros quatro integrantes da quadrilha foram presos pela 1ª Delegacia de Roubos e Extorsões do Deic.
Por este crime, ele já está respondendo por furto mediante fraude, que prevê de dois a oito anos de prisão. Com a segunda prisão, responderá novamente por furto mediante fraude e formação de quadrilha, que prevê de um a três anos.
