terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Stevie Wonder defende inclusão de deficientes visuais na revolução digital

Stevie Wonder participou da CES, onde defendeu a inclusão de deficientes visuais na revolução digital.
O cantor Stevie Wonder participou, nesta quinta-feira (8), da feira Consumer Electronics Show (CES) para defender a criação de produtos eletrônicos que possam ser usados sem dificuldades por pessoas com deficiências visuais. "Gostaria de fazer um apelo aos fabricantes para nos incluir nessa revolução digital. Queremos compartilhar o prazer que muitos desses produtos podem oferecer", afirmou o músico.

A mensagem soou como um "ataque involuntário" no evento em que alguns dos destaques são TVs de alta definição e a possível chegada do entretenimento tridimensional ao ambiente doméstico.

Wonder deu um exemplo de como pequenas modificações podem facilitar a vida de pessoas com deficiências. "É muito bom quando um elevador indica os andares com o alfabeto braile. Dessa forma, não precisamos depender das pessoas que nos levem até onde queremos ir", afirmou.

Segundo o músico, uma das principais vantagens da tecnologia é justamente o fato de ela dar mais independência aos deficientes visuais. Com navegadores de ambientes internos, por exemplo, eles podem se locomover sozinhos dentro de prédios para chegar a seu destino.

O discurso do cantor foi feito durante a apresentação da Federação Nacional dos Cegos (NFB, na sigla em inglês), que tem na CES um estande com produtos bastante simples e acessíveis para os deficientes visuais. Entre eles, um gravador digital de voz que fala (ele avisa em que pasta o usuário está, qual o arquivo acessado e se está gravando) e um micro-ondas com botões posicionados de forma a facilitar o uso para aqueles sem visão.

"Não estamos falando de produtos especialmente adaptados para deficientes visuais, porque isso pode encarecer o resultado final. Queremos mostrar que, muitas vezes, soluções simples e baratas podem tornar um aparelho acessível para pessoas com problemas de visão", afirmou Marc Maurer, presidente da federação.

Segundo ele, muitas vezes um apito indicativo pode fazer com que um eletrônico se adapte à realidade dos deficientes visuais. "Um cego pode escalar o Monte Everest, mas não consegue usar um telefone com tela sensível ao toque", brincou. Segundo ele, muitas vezes os produtos adequados são feitos sem levar em conta esse público-alvo, mas acabam resolvendo os desafios enfrentados por deficientes em um mundo cheio de superfícies sensíveis ao toque.