segunda-feira, 24 de março de 2008

A força do Cobit


Um caminho para passar do nível técnico à gerência de TI.

O administrador de empresas Fabio Morimoto, 30 anos, vivia uma trajetória de carreira típica de um profissional de TI. Iniciou no help desk, passou pelo suporte e atingiu a maturidade técnica da profissão. Ao ver que não poderia mais crescer como um técnico, Morimoto, hoje analista de processos da operadora Vivo, optou pela especialização em governança de TI. "O mercado para área técnica estava saturado. Foi quando resolvi mudar o foco da minha carreira", afirma.

O primeiro passo foi conseguir uma certificação em ITIL Foundation (o nível básico de certificação em ITIL), que ampliou sua visão operacional do ambiente de TI. Mas Morimoto conta que apenas o ITIL deixava-o com uma experiência limitada na área de gestão, problema que foi resolvido com o Cobit. “Pude aliar meus conhecimentos técnicos com os processos e controles de TI”, diz Morimoto. Ambas as certificações foram pagas por ele, que atuou por três anos como consultor independente antes de ir para a Vivo.

O Cobit, sigla para Control Objectives for Information and Related Technology, surgiu em 1996, mas só ganhou uma certificação — a Cobit Foundation — há cerca de três anos. Atualmente, esse guia de melhores práticas de auditoria e governança de TI — ou framework — está na versão 4.1. Ele possui 34 processos básicos, dos quais 80% suportam a lei americana Sarbanes-Oxley (Sox) de 2002, que criou mecanismos de auditoria e segurança para as empresas. O Cobit já nasceu como o framework com maior demanda de profissionais em bancos e empresas de meio de pagamentos, onde a TI é crítica por cuidar de informações confidenciais dos clientes. Além disso, companhias com ações na bolsa americana são obrigadas a cumprir o que estabelece a Sox.

TRABALHO EM EQUIPE
O gerente sênior Fábio Braz comanda cerca de 500 funcionários na área de infra-estrutura e operações da empresa de call center Contax. Formado em engenharia eletrônica, Braz fez parte da primeira turma de pós-graduação em governança de TI do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) e tem a certificação em ITIL. A Cobit Foundation surgiu em 2006, antes de ele conseguir a vaga na Contax. “Ao buscar essas certificações, dá para avaliar se as práticas estão de acordo com o que está sendo feito em empresas do mundo todo”, afirma Braz.

Ele lembra que o Cobit é muito eficiente para eliminar vícios de gestão da TI. No entanto, por indicar onde e como a empresa está pisando na bola, a implementação deve ser feita de forma gradual para não assustar a área de negócios. “Mas é impossível implementar 100% do Cobit”, diz. Braz conta que já treinou outros 12 gerentes da Contax que farão a prova.

O PAI DE TODOS
Os profissionais de governança de TI estão ansiosos para a estréia de um novo framework: o CGEIT (Certified in the Governance of Enterprise I). Ele une o que há de melhor na sopa de letrinhas das certificações da governança, em especial do ITIL, do CISA e o CISM, esta voltada para a área de segurança. A primeira prova está prevista para dezembro de 2008. O CGEIT tem foco em níveis gerenciais e exige cinco anos de experiência do profissional, com pelo menos um ano dedicado a um outro framework de governança de TI.