quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Laptop educacional é mais caro no Brasil?


SÃO PAULO - Contratos de venda de laptops educacionais para governos da América do Sul exibem diferença de preços.

Os dois modelos de maior destaque, o ClassMate PC da Intel e o XO, da OLPC, foram oferecidos aos governos do Brasil, Peru e Uruguai por preços distintos. No Brasil, os valores são os mais altos do continente.

No Peru, a OPLC fechou contrato para fornecer 272 mil XOs, que serão distribuídos em 9 mil escolas públicas peruanas. O preço por unidade é de US$ 175. Esta semana, o chairman da OLPC, Nicolas Negroponte, disse em Las Vegas que a Intel tentou prejudicar o fechamento do contrato com autoridades peruanas.

Negroponte afirmou que representantes da empresa procuraram o ministro da educação peruano, Oscar Becera, para fazer uma contra-proposta, visando a venda do ClassMate em lugar do XO.

No Uruguai, a OLPC fechou a venda de 100 mil unidades por US$ 199, valor mais alto que o oferecido no Peru. A justificativa da OLPC é que a compra de grande quantidade de computadores pelos peruanos permitiu oferecer preço mais baixo. Quando o país compra em grande volume, diz a OLPC, obtém elevado desconto.

Se atingir suas metas de produção em massa, avalia a OLPC, será possível baixar progressivamente o preço do XO até fazê-lo chegar ao custo de US$ 100, meta inicial da organização. Na negociação com o Uruguai, a brasileira Positivo fez uma oferta de ClassMates por US$ 243.

No Brasil, o ministério da Educação abriu leilão eletrônico para comprar 150 mil laptops educacionais. A idéia é distribuí-los por 200 escolas públicas ainda em 2008. Participaram do leilão vários integradores, entre eles a Positivo e a OLPC.

No Brasil, a oferta da OLPC ficou em US$ 420 e da Positivo em US$ 360. A Positivo, portanto, venceu o leilão, mas ainda não fechou a venda.

O governo brasileiro achou o preço alto demais e “congelou” o leilão. Agora, o governo brasileiro negocia com a Positivo para baixar o preço de seu laptop educacional, o ClassMate PC.

Um fato relevante é que tanto o ClassMate quanto o XO tem custo no Brasil bem superior ao negociado com outros países do continente, como Peru e Uruguai.

A alta nos custos pode dever-se, em parte, às exigências do governo brasileiro que na licitação de compra exigiu que o vencedor do leilão forneça intra-estrutura de redes, suporte aos laptops e capacitação dos professores de escolas públicas